Ontem e hoje tive sonhos estranhos. Misturando alguns capítulos inesquecíveis da minha vida. Foi muito estranho. Tudo se misturando daquele jeito, como se fosse uma coisa só. Para melhorar, não eram coisas boas. Todas as partes eram péssimas.
Eu deitei ontem meio que cedo, e aí, por acontecimentos desta semana, eu não dormi tão rápido quanto imaginei. Eu acabei lembrando de algumas coisas que eu nem pensava que estavam guardadas em mim, ainda. Foi legal, mas agonizante. Engraçado mesmo foi ver como mesmo não querendo eu guardei tantos detalhes, de tanta coisa.
Sabe, quando a gente muda muito, parece que as coisas perdem um pouco daquele significado todo que tinham quando a gente descobriu o que era. Eu não choro mais escutando certas músicas, não me choco mais quando revejo algumas palavras, não me surpreendo por perceber algo que sempre esteve lá e, eu não vi. Quando vivemos algum problema, situação ou sei lá do que quiser chamar, só vemos o que "queremos" ao invés do que temos que ver. Isso só acontece muito depois, quando você está deitada na cama tentando dormir, como eu. O problema em si não foi esse e nem teve nenhum, para falar a verdade. É só que, o tempo faz com que o aprendizado seja crescente mas, não cura o que sentimos naquele momento. Como eu já disse antes, o que você sentiu e sente não é de conhecimento universal, e mesmo você pode esquecer de algum detalhe crucial. É normal.
Mas, eu não esqueci, na verdade, vivo trocando uma coisa pela outra, e para mim, isso não parece certo. Evitar... Não evitar a verdade. Parece um tanto quanto confuso, se você me perguntar. Eu já quis entender muita coisa sobre as pessoas, quis desesperadamente respostas para perguntas que eu nem sabia fazer ainda, e nem sabia para onde iriam me levar, eu não queria muita coisa... No entanto, elas aconteceram.
Eu não digo que sou a melhor das pessoas do mundo, por que isso seria mentira. Não sou a pior, isso também seria mentira. Mas, não acho que me encontro no meio termo. "Meio termo" é um termo desgradável. Não se é feliz pela metade, nem triste pela metade. Ninguém é metade de alguma coisa para ser completo. E é assim que eu me sinto, pela metade. Na verdade, quase sempre me senti assim. Os momentos felizes conseguem mascarar bem essa realidade mas, desde que me lembro me sinto assim. Não em relação as pessoas mas, em relação a mim. Sempre imagino que poderia ter feito melhor, que eu poderia ser mais isso e menos aquilo. Neuroses, é claro. Eu as tenho de monte, "para dar e vender". O ruim de "crescer" é que mesmo com muitos anos, você ainda vira criança quando se depara com algo ou alguém que não sabe lidar. Medo, confusão, o nome não importa muito... O que importa é que aquilo está lá.
E os meus sonhos abordaram isso... As lembranças que eu "guardei" por todo esse tempo, e nem sabia que ainda estavam por lá. Daí, alguém diz "Como assim, não lembra?", pois é, nem eu sei. E tudo pareceu tão real, mesmo tudo sendo muito antigo. E tudo estava lá, vívido e muito dificil de se ver. Se eu guardei por tanto tempo, teve motivo. Porém, eu ainda não sei como olhar para tudo aquilo e fingir que não lembro, que não teve significado. Eu não quero mentir mas, nada do que saiu daqueles sonhos são assuntos para ficar mexendo demais. Por que, eu ainda não entendo, mesmo com todos os motivos e razões do mundo, eu não entendo. Não que seja melhor assim mas, para que vasculhar uma resposta de uma pergunta que eu não tenho ainda?
Música de hoje: ♫ Circle the Drain - Katy Perry ♪
Nenhum comentário:
Postar um comentário