"Eu deixei a última página em branco por muito tempo, sem saber o que escrever. Em muitos anos, eu acabei me esquecendo do por que comecei a escrever. Eu estava triste, só isso. Só por isso conseguia escrever tanto. Hoje, isso não acontece mais.
Eu não costumava pensar, escrever era a minha forma de exprimir e explicar vontades e pensamentos. Minha própria terapia, papel, caneta e nada mais. Hoje, eu não faço mais isso. Na verdade, hoje em dia não faço muitas coisas.
O ruim de crescer é que você deixa de ser muita coisa, deixa de sonhar tanto. Até agoram é o que encontrei de pior. Muita coisa perdeu a graça e não deveria. Ser madura aos 19 tem suas desvantagens. Eu sempre imaginei que muitas coisas durassem para sempre mas o "para sempre" sempre se mostrou subjetivo e, muitas vezes falho. Mas, eu aprendi o valor de muitas coisas.
Aprendi que sentir falta de alguém é como se perder um pouco de cada vez, assim como se apaixonar. Mesmo tendo aprendido, eu continuo me perdendo, mas sempre me encontrando.
Eu sou muitas coisas hoje, a maioria devido ao que já fui. Eu entendi muito sobre as pessoas, sobre mim, e sobre as muitas coisas que eu não entendia. Aprendi a ser mais espontânea e não rimar, aprendi a sorrir ao invés de chorar. Aprendi que eu posso tudo, tudo mesmo.
Eu posso ter me esquecido do motivo que comecei a escrever mas, sei perfeitamente o motivo de terminar. Acabou. E é só isso."
Eu escrevi isso um dia aí.
Música de hoje: Down em mim - Cazuza
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