"Eu deixei a última página em branco por muito tempo, sem saber o que escrever. Em muitos anos, eu acabei me esquecendo do por que comecei a escrever. Eu estava triste, só isso. Só por isso conseguia escrever tanto. Hoje, isso não acontece mais.
Eu não costumava pensar, escrever era a minha forma de exprimir e explicar vontades e pensamentos. Minha própria terapia, papel, caneta e nada mais. Hoje, eu não faço mais isso. Na verdade, hoje em dia não faço muitas coisas.
O ruim de crescer é que você deixa de ser muita coisa, deixa de sonhar tanto. Até agoram é o que encontrei de pior. Muita coisa perdeu a graça e não deveria. Ser madura aos 19 tem suas desvantagens. Eu sempre imaginei que muitas coisas durassem para sempre mas o "para sempre" sempre se mostrou subjetivo e, muitas vezes falho. Mas, eu aprendi o valor de muitas coisas.
Aprendi que sentir falta de alguém é como se perder um pouco de cada vez, assim como se apaixonar. Mesmo tendo aprendido, eu continuo me perdendo, mas sempre me encontrando.
Eu sou muitas coisas hoje, a maioria devido ao que já fui. Eu entendi muito sobre as pessoas, sobre mim, e sobre as muitas coisas que eu não entendia. Aprendi a ser mais espontânea e não rimar, aprendi a sorrir ao invés de chorar. Aprendi que eu posso tudo, tudo mesmo.
Eu posso ter me esquecido do motivo que comecei a escrever mas, sei perfeitamente o motivo de terminar. Acabou. E é só isso."
Eu escrevi isso um dia aí.
Música de hoje: Down em mim - Cazuza
terça-feira, 30 de agosto de 2011
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
*Right on the limit's where we know we both belong
Sabe aquele dia em que as pessoas estão estranhas? Quando você diz algo, e percebe que aquela resposta esperada não veio? Ah! Sem dúvidas isso é ruim. Principalmente, quando você se decide sobre algo. Acho que ninguém leva isso em conta, não é? Eu... Ahh, sei lá.
"Quanto as perdas, eu não sei, e se sei, prefiro esquecer. Me lembrar de te esquecer, é a melhor coisa que posso fazer!"
Música de hoje: ♪ Lady Gaga - The Edge Of Glory ♫
"Quanto as perdas, eu não sei, e se sei, prefiro esquecer. Me lembrar de te esquecer, é a melhor coisa que posso fazer!"
Música de hoje: ♪ Lady Gaga - The Edge Of Glory ♫
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Relato verdadeiro nº 1
"Eu era uma pessoa alegre, feliz, apesar das cirscunstâncias que rondavam a minha existência. Não era uma pessoa interessante, nem desisteressante. Se me perguntarem, direi que sempre fui uma pessoa no meio termo. Nunca gostei de saber dos sentimentos alheios, e nunca me importei quando me chamaram de insensível. Tenho mania de perseguição com amizades femininas. Vacas! Elas começam querendo saber qual a cor do seu esmalte ou batom, e terminam dizendo que estão apaixonadas pelo seu namorado, noivo ou marido. E para ser sincera, mantenho distância de todas elas por que acho que a minha frivolidade e futilidade são suficientes.
Eu normalmente não me importo com os rótulos e, embora as pessoas me achem um tanto frágil e indefesa, eu surpreendo muito com a minha força. Sou confusa, como todas as pessoas, e vivo querendo alguma coisa além daquilo que já tenho. E sempre a coisa que não deveria. Coisa que não gosto em mim. Ah... Falando nisso, eu acredito que tenho mais defeitos que qualidades, e embora eu já tenha encontrado pessoas que dissessem o contrário, eu nunca levei a sério, afinal, o amor cega as pessoas. Eu bem sei disso!
Também não acho que eu seja uma das pessoas mais agradáveis e nem das mais engraçadas. Aliás, quando eu uso de sarcasmo uma arma, as pessoas se intimidam e me chamam de mal-humorada. Vai entender?
As pessoas reclamam demais.
Talvez a realidade seja um choque mas, eu não sou santa. É, e acho que dizer isso não é nenhuma novidade se você pensar bem. Não minto muito, só quando acho necessário, e às vezes, o necessário é meio rotineiro demais, se é que você me entende. Se bem que eu não considero toda mentira uma mentira, do mais é uma omissão. E que atire a primeira pedra quem nunca pensou isso como desculpa para uma mentira!
Eu não gosto de lugares fechados também, e não gosto quando as pessoas me encaram. Aliás, eu odeio isso. Como se as pessoas fossem arrancar alguma coisa com aquele olhar de peixe morto. Ah! Quanto mais eu conheço as pessoas, mais eu gosto dos animais.
E as pessoas me recriminam por ter poucas amizades. Olha, eu já fui a pessoa mais sociável do mundo. E o que eu ganhei com isso? Falsidade e mais falsidade. E não pense você que eu não selecionava amizades, coleguismo e interesse. Eu fazia isso sim. Mas, dá tanto trabalho, que eu até acabei desistindo de ser a srta. Popularidade, para ser a srta. Anti-social.
Aliás, eu me orgulho muito disso. E não me importo com as opiniões.
Enquanto você não dorme pensando no que os outros estão pensando, eu, durmo muito bem (considerando as noites de insônia).
Continuando...
Eu não sou uma pessoa alegre, tipo, agora. Tô mais para uma pessoa conformada com sua existência e tentando botar um pouco de comédia numa vida que tá mais para novela das seis com enredo de mexicana. Mas, isso é outra história.
Eu também nunca gostei de enredos melosos, apesar de ser romântica. Sinto que desde que comecei a reparar que declarações em voz alta tem menos valor, comecei a gostar de filmes de ação/aventura. Mas o que isso tem a ver?
Bom, tem a ver com tudo. E com nada. Eu passei um tempo tentando colocar sentido a um monte de coisas que eu sempre pensei que teriam muito sentido, e que no final, foram decepcionantes. Tipo último capítulo de novela.
Então... Agora, eu venho tentando tirar o sentido das coisas. Tipo, fazer o contrário, sabe? E tem dado certo. Aliás, muito certo.
Quando eu joguei tudo no vento, eu comecei a ver as pessoas como são, sem romantizar muito. E isso foi bom. Menos decepção. Por que convenhamos que as pessoas são um tanto decepcionantes, não é mesmo?
Entre essas descobertas todas, eu ainda não me descobri. E também não descobri por que sou tão volúvel e avoada. Insegura e incerta de algumas coisas. Afinal, eu comecei a viver quase agora, não tá querendo me cobrar respostas, né? Por que honestamente, vou ficar devendo!
E acho que para um primeiro relato, tá bom, né?"
Incrível como quando a gente começa a escrever as coisas não param.
Eu normalmente não me importo com os rótulos e, embora as pessoas me achem um tanto frágil e indefesa, eu surpreendo muito com a minha força. Sou confusa, como todas as pessoas, e vivo querendo alguma coisa além daquilo que já tenho. E sempre a coisa que não deveria. Coisa que não gosto em mim. Ah... Falando nisso, eu acredito que tenho mais defeitos que qualidades, e embora eu já tenha encontrado pessoas que dissessem o contrário, eu nunca levei a sério, afinal, o amor cega as pessoas. Eu bem sei disso!
Também não acho que eu seja uma das pessoas mais agradáveis e nem das mais engraçadas. Aliás, quando eu uso de sarcasmo uma arma, as pessoas se intimidam e me chamam de mal-humorada. Vai entender?
As pessoas reclamam demais.
Talvez a realidade seja um choque mas, eu não sou santa. É, e acho que dizer isso não é nenhuma novidade se você pensar bem. Não minto muito, só quando acho necessário, e às vezes, o necessário é meio rotineiro demais, se é que você me entende. Se bem que eu não considero toda mentira uma mentira, do mais é uma omissão. E que atire a primeira pedra quem nunca pensou isso como desculpa para uma mentira!
Eu não gosto de lugares fechados também, e não gosto quando as pessoas me encaram. Aliás, eu odeio isso. Como se as pessoas fossem arrancar alguma coisa com aquele olhar de peixe morto. Ah! Quanto mais eu conheço as pessoas, mais eu gosto dos animais.
E as pessoas me recriminam por ter poucas amizades. Olha, eu já fui a pessoa mais sociável do mundo. E o que eu ganhei com isso? Falsidade e mais falsidade. E não pense você que eu não selecionava amizades, coleguismo e interesse. Eu fazia isso sim. Mas, dá tanto trabalho, que eu até acabei desistindo de ser a srta. Popularidade, para ser a srta. Anti-social.
Aliás, eu me orgulho muito disso. E não me importo com as opiniões.
Enquanto você não dorme pensando no que os outros estão pensando, eu, durmo muito bem (considerando as noites de insônia).
Continuando...
Eu não sou uma pessoa alegre, tipo, agora. Tô mais para uma pessoa conformada com sua existência e tentando botar um pouco de comédia numa vida que tá mais para novela das seis com enredo de mexicana. Mas, isso é outra história.
Eu também nunca gostei de enredos melosos, apesar de ser romântica. Sinto que desde que comecei a reparar que declarações em voz alta tem menos valor, comecei a gostar de filmes de ação/aventura. Mas o que isso tem a ver?
Bom, tem a ver com tudo. E com nada. Eu passei um tempo tentando colocar sentido a um monte de coisas que eu sempre pensei que teriam muito sentido, e que no final, foram decepcionantes. Tipo último capítulo de novela.
Então... Agora, eu venho tentando tirar o sentido das coisas. Tipo, fazer o contrário, sabe? E tem dado certo. Aliás, muito certo.
Quando eu joguei tudo no vento, eu comecei a ver as pessoas como são, sem romantizar muito. E isso foi bom. Menos decepção. Por que convenhamos que as pessoas são um tanto decepcionantes, não é mesmo?
Entre essas descobertas todas, eu ainda não me descobri. E também não descobri por que sou tão volúvel e avoada. Insegura e incerta de algumas coisas. Afinal, eu comecei a viver quase agora, não tá querendo me cobrar respostas, né? Por que honestamente, vou ficar devendo!
E acho que para um primeiro relato, tá bom, né?"
Incrível como quando a gente começa a escrever as coisas não param.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Something old, something blue, something borrowed, something new...
Já ficou pensando em coisas que não aconteceram? Imaginando cenas, diálogos, histórias que nunca vão ser verdade? Hoje não foi um dia bom para mim. E eu fiquei pensando muito nisso. Em como muitas das coisas que eu sempre quis alcançar fugiram do meu controle. Algumas das coisas que eu mais lutei na vida, escaparam pelos meus dedos. E eu não pude fazer nada, além de olhar. Eu normalmente não me sinto inútil em aspecto algum mas, nesse quesito...
Procuro não pensar muito nisso, me traz sentimentos abafados, guardados, com mofo. Coisas que eu deixei para lá por opção, para não sofrer mais. Porém, nunca me disseram que todo o resto perderia o sentido por isso. Ninguém me disse que por desistir daquilo que mais lutei, eu estaria desistindo também de mim, de quem eu sou, e de quem eu lutei tanto para ser. E hoje mas, só hoje, tá parecendo um dia de raios e trovões. E tudo está sem alguma solução.
Música de hoje: ♪ Skid Row - In a Darkened Room ♫
Procuro não pensar muito nisso, me traz sentimentos abafados, guardados, com mofo. Coisas que eu deixei para lá por opção, para não sofrer mais. Porém, nunca me disseram que todo o resto perderia o sentido por isso. Ninguém me disse que por desistir daquilo que mais lutei, eu estaria desistindo também de mim, de quem eu sou, e de quem eu lutei tanto para ser. E hoje mas, só hoje, tá parecendo um dia de raios e trovões. E tudo está sem alguma solução.
Música de hoje: ♪ Skid Row - In a Darkened Room ♫
terça-feira, 9 de agosto de 2011
A long history...
Acho que aprender com seus erros é algo (tecnicamente) bom. Mas, nem por isso dói menos. Mesmo sabendo de muita coisa, nos surpreendemos com o que ainda não vimos, sentimos, sabemos etc. Acho que deve ser por isso que é tão ruim quando você se sente enganado. De vezes em quando, nos iludimos em querer alguma coisa que é impossível, e isso é normal. Infelizmente.
É normal ter expectativas, e é normal que elas não sejam atendidas. Nem tudo na vida é perfeito e às vezes, algumas coisas acontecem para que possamos apreciar o que já temos de bom. Procurar pela felicidade é normal. Mas, tê-la e não reconhecer, é burrice total. Sempre conseguimos perceber a tristeza, saber quando ela te consome, quando ela faz parte de você, mesmo sem querer. Já no quesito da felicidade, sempre pode melhorar um pouco mais; sempre estamos procurando por mais. E mais.
Nesse ponto, aparecem as pessoas. Para a alegria e a tristeza, praticamente como um contrato. Nesse aspecto, elas se tornam imprescíndiveis. As pessoas que conhecemos sempre mudam nossa vida, nosso caminho, nossa história. Mesmo que sejamos orgulhosos demais para admitir que aquela pessoa, mudou tudo, seja para melhor ou pior. Ninguém é substituível. NINGUÉM. Se fosse assim, a vida seria vazia, nós seríamos vazios. E isso seria triste.
Na vida, nada se constrói sozinho, a não ser muralhas ao seu redor. De resto, você sempre vai precisar da ajuda de alguém. Seja para melhorar a situação ou piorar. Tudo depende das pessoas que estão por perto. E descobrir essas coisas, não tem preço.
Música de hoje: ♪ Aqualung - Brighter Than Sunshine ♫
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Uma vez que aquele...
Me lembro de uma essência em especial, uma que fazia meu coração disparar. De felicidade, de amor, do que for. Para mim era como se fosse um pedacinho do céu, e de certa forma, ainda é. Algo que fica guardado dentro da gente, sendo a coisinha mais especial que possuímos. Deixo claro que a essência não é relacionada a alguém e sim a algo. O meu próprio pedacinho de céu. Com coisas divinas e maravilhosas minhas e de mais ninguém. Ser egoísta nesse aspecto não parece nada ruim, sabe?
Possuir aqueles pequenos sentimentos concretos na sua caixinha, com todas as coisas de bom que você pôde aprender com as pessoas. Guardando os olhares, as feições, as expressões. Maravilhoso! Quanta coisa a gente não guarda nessa caixinha, né? Uma vez que aquele pedacinho mais importante começa a falar mais alto... Parece incomum.
Música de hoje: ♪ Don't Go Breaking My Heart - Elton John ♫
Possuir aqueles pequenos sentimentos concretos na sua caixinha, com todas as coisas de bom que você pôde aprender com as pessoas. Guardando os olhares, as feições, as expressões. Maravilhoso! Quanta coisa a gente não guarda nessa caixinha, né? Uma vez que aquele pedacinho mais importante começa a falar mais alto... Parece incomum.
Música de hoje: ♪ Don't Go Breaking My Heart - Elton John ♫
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
São poucas palavras...
Como é bom perceber que você é importante para as pessoas que importam, né? Nenhum sentimento no mundo supera esse! Estou lendo um livro muito interessante e está aí uma parte, uma das mais importantes do livro inteiro.
"Convenção dos feridos por amor
Disposições gerais:
1. Em se considerando que está absolutamente correto o ditado "tudo vale no amor e na guerra";
2. Em se considerando que na guerra temos a Convenção de Genebra, adotada em 22 de agosto de 1864, determinando como os feridos em campo de batalha devem ser tratados, ao passo que nenhuma convenção foi promulgada até hoje com relação aos feridos de amor, que são em muito maior número;
fica decretado que:
Art. 1 - Todos os amantes, de qualquer sexo, ficam alertados que o amor, além de ser uma bênção, é algo também extremamente perigoso, imprevisível, capaz de acarretar danos sérios. Consequentemente, quem se propõe a amar deve saber que está expondo seu corpo e sua alma a vários tipos de ferimentos, e não poderá culpar seu parceiro em nenhum momento, já que o risco é o mesmo para ambos.
Art. 2 - Uma vez sendo atingido por uma flecha perdida do ardo do Cupido, deve em seguida solicitar ao arqueiro que atire a mesma flecha na direção contrária, de modo a não se submeter ao ferimento conhecido como "amor não correspondido". Caso Cupido recuse tal gesto, a Convenção ora sendo promulgada exige do ferido que imediatamente retire a flecha do seu coração e a jogue no lixo. Para conseguir tal feito, deve evitar telefonemas, mensagens por internet, remessa de flores que terminam sendo devolvidas, ou todo ou qualquer meio de sedução, já que os mesmo podem dar resultados a curto prazo, mas sempre terminam dando errado com o passar do tempo. A Convenção decreta que o ferido deve imediatamente procurar companhia de outras pessoas, tentando controlar o pensamento obsessivo "vale a pena lutar por esta pessoa".
Art. 3 - Caso o ferimento venha de terceiros, ou seja, o ser amado interessou-se por alguém que não estava no roteiro previamente estabelecido, fica expressamente proibida a vingança. Neste caso, é permitido o uso de lágrimas até que os olhos sequem, alguns socos na parede ou no travesseiro, conversas com amigos onde se possa insultar o(a) antigo(a) companheiro(a), alegar sua completa falta de gosto, mas sem difamar sua honra. A Convenção determina que seja também aplicada a regra do Art. 2: procurar a companhia de outras pessoas, preferivelmente em lugares diferentes dos frequentados pela outra parte.
Art. 4 - Em ferimentos leves, aqui classificados como pequenas traições, paixões fulminantes que não duram muito, desinteresse sexual passageiro, deve-se aplicar com generosidade e rapidez o medicamento chamado Perdão. Uma vez este medicamento aplicado, não se deve voltar atrás uma só vez, e o tema precisa estar completamente esquecido, jamais sendo utilizado como argumento em uma briga ou em um momento de ódio.
Art. 5 - Em todos os ferimentos definitivos, também chamados de "rupturas", o único medicamento capaz de fazer efeito chama-se Tempo. Não adianta procurar consolo em cartomantes (que sempre dizem que o amor perdido irá voltar), livros românticos (cujo final é sempre feliz), novelas de TV, ou coisas do gênero. Deve-se sofrer com intensidade, evitando-se por completo drogas, calmantes, orações para santos. Álcool só é tolerado em um máximo de dois copos de vinho por dia.
Determinação final: os feridos por amor, ao contrário dos feridos em conflitos armados, não são vítimas nem algozes. Escolheram algo que faz parte da vida, e assim devem encarar a agônia e o êxtase de sua escolha.
E os que jamais foram feridos por amor, não poderam nunca dizer: "Vivi". Por que não viveram."
A última frase vale a pena ter lido todo o resto.
Música de hoje: ♪ Colbie Caillat - I Do ♫
"Convenção dos feridos por amor
Disposições gerais:
1. Em se considerando que está absolutamente correto o ditado "tudo vale no amor e na guerra";
2. Em se considerando que na guerra temos a Convenção de Genebra, adotada em 22 de agosto de 1864, determinando como os feridos em campo de batalha devem ser tratados, ao passo que nenhuma convenção foi promulgada até hoje com relação aos feridos de amor, que são em muito maior número;
fica decretado que:
Art. 1 - Todos os amantes, de qualquer sexo, ficam alertados que o amor, além de ser uma bênção, é algo também extremamente perigoso, imprevisível, capaz de acarretar danos sérios. Consequentemente, quem se propõe a amar deve saber que está expondo seu corpo e sua alma a vários tipos de ferimentos, e não poderá culpar seu parceiro em nenhum momento, já que o risco é o mesmo para ambos.
Art. 2 - Uma vez sendo atingido por uma flecha perdida do ardo do Cupido, deve em seguida solicitar ao arqueiro que atire a mesma flecha na direção contrária, de modo a não se submeter ao ferimento conhecido como "amor não correspondido". Caso Cupido recuse tal gesto, a Convenção ora sendo promulgada exige do ferido que imediatamente retire a flecha do seu coração e a jogue no lixo. Para conseguir tal feito, deve evitar telefonemas, mensagens por internet, remessa de flores que terminam sendo devolvidas, ou todo ou qualquer meio de sedução, já que os mesmo podem dar resultados a curto prazo, mas sempre terminam dando errado com o passar do tempo. A Convenção decreta que o ferido deve imediatamente procurar companhia de outras pessoas, tentando controlar o pensamento obsessivo "vale a pena lutar por esta pessoa".
Art. 3 - Caso o ferimento venha de terceiros, ou seja, o ser amado interessou-se por alguém que não estava no roteiro previamente estabelecido, fica expressamente proibida a vingança. Neste caso, é permitido o uso de lágrimas até que os olhos sequem, alguns socos na parede ou no travesseiro, conversas com amigos onde se possa insultar o(a) antigo(a) companheiro(a), alegar sua completa falta de gosto, mas sem difamar sua honra. A Convenção determina que seja também aplicada a regra do Art. 2: procurar a companhia de outras pessoas, preferivelmente em lugares diferentes dos frequentados pela outra parte.
Art. 4 - Em ferimentos leves, aqui classificados como pequenas traições, paixões fulminantes que não duram muito, desinteresse sexual passageiro, deve-se aplicar com generosidade e rapidez o medicamento chamado Perdão. Uma vez este medicamento aplicado, não se deve voltar atrás uma só vez, e o tema precisa estar completamente esquecido, jamais sendo utilizado como argumento em uma briga ou em um momento de ódio.
Art. 5 - Em todos os ferimentos definitivos, também chamados de "rupturas", o único medicamento capaz de fazer efeito chama-se Tempo. Não adianta procurar consolo em cartomantes (que sempre dizem que o amor perdido irá voltar), livros românticos (cujo final é sempre feliz), novelas de TV, ou coisas do gênero. Deve-se sofrer com intensidade, evitando-se por completo drogas, calmantes, orações para santos. Álcool só é tolerado em um máximo de dois copos de vinho por dia.
Determinação final: os feridos por amor, ao contrário dos feridos em conflitos armados, não são vítimas nem algozes. Escolheram algo que faz parte da vida, e assim devem encarar a agônia e o êxtase de sua escolha.
E os que jamais foram feridos por amor, não poderam nunca dizer: "Vivi". Por que não viveram."
A última frase vale a pena ter lido todo o resto.
Música de hoje: ♪ Colbie Caillat - I Do ♫
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