sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Cena final...

Não houve choro incontrolável, nem fase de desespero. Foi cru e horrível ao mesmo tempo. Foi quase como morrer ou matar, não sei bem; mas, sei que aquele sentimento jamais será o mesmo. Continuará lá, mas nunca igual, jamais como antes.
Mesmo que o fim estivesse lá e ambos pudéssemos enxerga-lo, vê-lo realmente foi difícil. Um passo quase impossível, bem maior que a minha perna poderia dar. Mas, eu fiz. Eu acabei com tudo, e bem a tempo de conseguir permanecer com esse sentimento tão bonito que eu tenho dentro de mim, que me faz chorar as vezes, que me faz sorrir as vezes.
Estranho é sonhar com isso, e ver aquele filme na minha mente, como eu vejo sempre. Imagino seu sorriso, e imagino também que isso é tudo imaginação. Nas lembranças, as dores são poéticas e as alegrias são poesias, mas a realidade me mostra as verdadeiras cicatrizes que o tempo ainda não conseguiu curar. 
Pode ser pela falta de pensar nisso, mas quando eu penso, lembro de muitos "sempre e para sempre" e de que nada vai mudar isso ou aquilo. O amor é engraçado, nos ganha pela mente e convence o coração... Acho que dói.
Correção: eu sei que dói muito, é como se fosse uma falta de explicações para algo que nem precisa ser explicado. Bem confuso, assim mesmo.
Por muito tempo eu coloquei uma coisa na cabeça e segui com isso, sempre almejando e querendo.Mas, sem perceber tudo o que eu fiz para aprender a superar e continuar andando, me fez afastar do propósito da minha melhora. O meu objetivo, hoje tão longe, que eu nem lembro mais qual era. Estranho, não? Algo tão forte e intenso ter fugido e escapado tão facilmente, como um sabonete entre meus dedos.
Mas eu sinto dor, sabe? Como aquilo de sentir dor em um membro do corpo que não está mais lá, que foi amputado. Mais ou menos como me sinto. Eu sinto dor e não sei onde, não sei o que curar, não sei o que dói, só sei que está lá.
E quando eu realmente tenho forças para procurar me vêm uma coisa em mente, aquela cena final, dada por teclas frias e impessoais, dadas por dois estranhos que conviveram por tanto tempo e pareciam mal se conhecer. E as teclas param, e janela fecha. Esc, e fim da história.

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